Os petroleiros gaúchos cruzaram os braços na manhã dessa quinta-feira e aderiram à greve nacional da categoria. O Sindipetro-RS fechou todas as entradas da Refap e BR Distribuidora. Aproximadamente 70% dos trabalhadores do administrativo da Refap e 100% dos trabalhadores de turno não entraram na refinaria. Nos Terminais da Transpetro em Osório, Canoas e Rio Grande, a adesão foi de 100% para os turnos e 80% para o Adm. A greve é por avanços na negociação salarial, contra o leilão do campo de Libra, marcado para o próximo dia 21, e pela retirada do PL 4330/04.
A paralisação contou com o apoio e solidariedade de outras categorias. Em frente à Refap estavam os petroquímicos, cargas líquidas, metalúrgicos de Canoas e Novo Hamburgo, a CUT-RS, e os movimentos sociais, entre eles o Levante Popular da Juventude , o MST, MAB, MTA e o MPA.
Segundo o presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia da Costa, a última proposta apresentada pela Petrobrás está distante do que vem sendo reivindicado pela categoria e não contempla pontos importantes para os trabalhadores. Os petroleiros buscam um ganho real de 5%, negociação de cláusulas sociais, aumento na cobertura do plano de saúde da categoria e mais segurança para os trabalhadores.
Ele destaca ainda, que a categoria está mobilizada e tem feito constantes e fortes manifestações contra o leilão do campo de Libra. Os petroleiros defendem que o governo suspenda o leilão e a Petrobrás seja a única Empresa a explorar a riqueza do pré-sal.
Outra pauta da greve é o PL 4330/2004, que tramita na Câmara dos Deputados. Os trabalhadores consideram a proposta um ataque a direitos históricos da classe trabalhadores e querem a retirada do mesmo do Congresso.
A greve é por tempo indeterminado e a categoria se mantém em assembleia permanente para avaliar o movimento e, se for o caso, apreciar alguma proposta nova que venha a ser apresentada pela Empresa. A expectativa é também que o governo suspensa o leilão de Libra, marcado para segunda, dia 21.