Nov 24, 2024
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Discurso de Dilma na ONU reforça movimento pela suspensão do leilão de Libra

Nesta terça-feira, 24, a presidenta Dilma Rousseff abriu a 68ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com um duro discurso contra a espionagem promovida pela Agência de Inteligência do governo dos Estados Unidos. "Foi uma grave violação dos direitos humanos e das liberdades civis; de invasão e captura de informações sigilosas relativas a atividades empresariais e, sobretudo, de desrespeito à soberania nacional", criticou a presidenta brasileira.

Por conta da espionagem norte-americana, Dilma cancelou sua visita de Estado a Washington, que estava agendada para outubro. A reunião com Barack Obama foi suspensa em retaliação às denúncias de que a inteligência americana espionou as comunicações pessoais da presidenta, bem como as da Petrobrás.

Os petroleiros, assim como os demais brasileiros que lutam pela soberania do nosso país, esperam que agora a presidenta também suspenda o leilão de Libra, principal motivo da espionagem dos Estados Unidos, que há muito tempo estão de olho no pré-sal.

Em defesa dos interesses nacionais, a FUP junto com mais de 90 organizações sindicais e movimentos sociais assinaram uma carta direcionada à Dilma, onde cobram a suspensão do leilão e solicitam uma audiência com a presidenta. Leia a íntegra aqui

O documento ressalta que o leilão de Libra representará um erro estratégico, pois significará a privatização do maior campo de petróleo do país. Os movimentos sociais também denunciam que a espionagem dos Estados Unidos tem o claro interesse de beneficiar as multinacionais interessadas nas reservas do pré-sal.

Em seu discurso na ONU, a própria Dilma Rousseff repudiou o argumento do governo dos Estados Unidos de que todos os monitoramentos realizados por seus órgãos de inteligência têm como objetivo proteger o mundo da ameaça terrorista. “O Brasil sabe se proteger”, rebateu, “não temos grupos terroristas em nosso território. Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140 anos. Como vários latino-americanos, lutei contra a censura, e não posso deixar de defender o direito à privacidade das pessoas. Sem ele, não há direito à liberdade e à liberdade de expressão. E não há democracia.”

Dilma revelou à Assembleia Geral da ONU que pediu explicações aos Estados Unidos sobre as denúncias, tanto pelos canais diplomáticos, como diretamente ao presidente Barack Obama, em encontro reservado que tiveram recentemente na Rússia, durante a reunião da Cúpula do G20. O governo brasileiro requisitou ainda que Washington pedisse desculpas públicas pela espionagem e oferecesse garantias de que o monitoramento não se repetiria. O presidente prometeu que se engajaria pessoalmente na questão, mas nada aconteceu.

A conjuntura, portanto, exige a suspensão imediata do leilão de Libra.

FUP

 

 

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