Nov 24, 2024
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Lucro de mais de R$10 bilhões do BB é construído às custas do adoecimento dos funcionários

O Banco do Brasil, maior instituição financeira da América Latina, teve o maior lucro líquido da história dos bancos no país, com ganhos de R$ 10,03 bilhões no primeiro semestre. Com isso, o BB supera o Itaú Unibanco entre os maiores lucros de bancos privados no país.

 

O lucro de R$ 7,2 bilhões do Itaú Unibanco no primeiro semestre é, agora, o segundo maior entre os bancos do país.

 

Nos últimos quatro anos, o Itaú ocupou o topo do ranking dos maiores lucros da história dos bancos brasileiros no primeiro semestre.

 

O lucro do BB foi puxado pelo forte resultado do segundo trimestre, quando registrou lucro líquido de R$ 7,47 bilhões, cerca de duas vezes e meia acima do resultado positivo obtido um ano antes. Nos primeiros três meses de 2013, o banco teve lucro líquido de R$ 2,56 milhões. 


Avaliação


A partir dos dados divulgados, o diretor do SindBancários, Julio Vivian, critica a postura do BB tanto do ponto de vista da contrapartida que, com um lucro deste patamar, não tem moral para negar as reivindicações dos funcionários, quanto do ponto de vista da própria construção do resultado, que foi fruto do esforço e do adoecimento dos bancários.

 

"Está na hora de o BB cumprir seu papel de banco público e deixar de buscar o lucro acima de tudo. O banco deve começar a fomentar o desenvolvimento sustentável e tratar seus funcionários, clientes e população em geral, com mais respeito e ética. Até porque um lucro destes não deve ser construído com o adoecimento e até da morte de seus funcionários, fruto do assédio, das metas inexequíveis e da cobrança por resultados cada vez maiores e impossíveis de alcançar sem o adoecimento dos bancários e o desrespeito aos clientes", avalia Julio Vivian.

 

Flávio Pastoriz, diretor do SindBancários e funcionário do Banco do Brasil, diz que como instituição pública, o Banco do Brasil deve exercer o papel de fomentador no desenvolvimento do país, pressionando a queda das taxas de juros, atuando como “regulador” no sistema financeiro e, ao mesmo tempo, atendendo as demandas dos setores produtivos a favor da sociedade. "Com o resultado desse primeiro semestre de 2013, o banco pode atender as justas reivindicações dos funcionários na campanha deste ano", assegurou.



Outros números

 

O indicador de inadimplência do Banco do Brasil, com dívidas maiores que três meses, caiu para o menor patamar em 11 anos, segundo o balanço do banco. A carteira de crédito ampliada encerrou junho em R$ 638,628 bilhões, expansão de 7,7% ante março e de 25,7% em 12 meses.

 

Os destaques do período foram as carteiras pessoa jurídica e de agronegócios, que registraram aumentos em 12 meses de 28,8% e 32,8%, respectivamente.

 

Ao final de junho, o BB ampliou sua liderança em crédito no sistema financeiro nacional, atingindo 20,8% de participação de mercado.

 

Os empréstimos destinados à pessoa física totalizaram R$ 161,550 bilhões no segundo trimestre, aumento de 15,9% em doze meses e de 3,3% sobre março, respondendo por 25,3% da carteira de crédito do banco.

 

Já os recursos destinados às pessoas jurídicas somaram R$ 300,142 bilhões, com elevação de 28,8% e 5,4%, respectivamente. Esse segmento responde por 47,0% da carteira de crédito total do BB.

 

As despesas com provisões para calotes cresceram 14,8% na comparação com o mesmo período de 2012, para R$ 4,22 bilhões. Segundo o banco, as provisões aumentaram devido ao aumento da carteira de crédito e do maior montante de recuperação de perdas no segundo trimestre.

 

SindBancários com informações UOL

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