“Isso é muito espantoso, grandioso e muito bacana”, apontou Magda Chambriard, diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), ao leiloar a 30 empresas - 18 estrangeiras - uma reserva estimada em 40 bilhões de barris, o equivalente ao triplo de toda a reserva que a Petrobras havia descoberto nos últimos 59 anos de pesquisa.
A comemoração da ANP ocorreu após a arrecadação de 2,8 bilhões de reais pelo governo na 11ª Rodada de Licitações de Blocos de Petróleo e Gás Natural. Entretanto, as reservas são estimadas em 1,5 trilhões de reais, valor 500 vezes maior que o arrecadado.
Com o objetivo de impedir estas privatizações, a Plataforma Operária e Camponesa para a Energia, articulação que envolve petroleiros, eletricitários e atingidos por barragens, reuniu-se nessa terça-feira (25), na sede do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), em São Paulo. Os presentes apontaram a importância do petróleo para a soberania nacional e a urgência de mobilizar a classe trabalhadora para barrar novas privatizações.
Está prevista para outubro mais uma rodada de licitação do petróleo, agora do pré-sal. O leilão vai ofertar a área de Libra, localizada em Santos (SP), com uma reserva de 12 bilhões de barris de petróleo.
Para o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio Moraes, esta riqueza é essencial para a soberania nacional e pode resolver deficiências de outras áreas. “O que estão querendo entregar ao capital privado, pode resolver o problema não apenas da educação, como também da saúde e dos transportes. Não queremos apenas os royalties para a educação, que representa cerca de 10% da sua exploração, queremos toda a sua riqueza para o povo brasileiro”, afirmou.
Pelo cancelamento dos leilões do petróleo e energia
Nas próximas semanas serão reabertos os Comitês estaduais da campanha “O petróleo tem que ser nosso” em todo o país. O objetivo é ocupar praças, escolas, ruas e universidades para conscientizar toda a população da importância de se manter o petróleo sob o controle estatal.
Além disso, 77 organizações e movimentos da esquerda, além de todas as centrais sindicais, assumiram ontem o compromisso de realizar uma grande paralisação nacional da classe trabalhadora no dia 11 de julho e um dos pontos unitários é a luta pelo cancelamento da privatização do petróleo brasileiro.
Hidrelétricas
A Plataforma também exige o cancelamento imediato dos leilões de usinas hidrelétricas e a garantia dos direitos das populações atingidas pelas obras. Estão previstas para entrar em licitação nos próximos meses, 12 Usinas Hidrelétricas, entre elas Três Irmãos, Ilha Solteira, Jupiá, Jaguara e Volta Grande, além de 23 Pequenas Centrais Hidrelétricas, que representam 12% do potencial hidráulico brasileiro instalado.
Com seus contratos de licitação vencendo nos próximos meses, estas usinas retornam ao poder da união. “Não podemos deixar estas que representam as melhores usinas brasileiras, com seu capital já amortizado, serem privatizadas, o que representa uma piora na qualidade do serviço e precarização do trabalho”, afirmou a coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Brasil de Fato, por MAB