Ao término do XVI Confup, os delegados e delegadas elegeram a nova diretoria da Federação e conduziram o petroleiro do Sindipetro NF, José Maria Rangel, à coordenação nacional da entidade. Nesta entrevista ele fala das prioridades da categoria no atual momento que vive o país. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida ao jornalista Norian Segatto, do Sindipetro-SP.
O Confup deliberou sobre uma série de questões, aprovou moções e bandeiras de luta. O que você destaca como tarefa prioritária da categoria neste momento?
ZéMaria - Considero como tarefa número um a categoria sair a campo na campanha para a reeleição da presidente Dilma, que está à frente de um projeto que tem mudado o país e os petroleiros sempre foram ponta de lança na luta por mudanças para uma sociedade mais igualitária. Eu não tenho dúvida de que a Federação estará encampando esta luta com bastante entusiasmo.
Qual o perigo para a Petrobrás na hipótese deste projeto não sair exitoso na eleição de outubro?
ZéMaria - Nós já tivemos experiência de um governo do PSDB, que desmontou a Petrobrás, foi um período em que tivemos afundamento de plataforma, vazamento na Baia da Guanabara, no Rio Paranaguá, redução drástica do efetivo, tentativa de mudança de nome, entre outras mazelas. Eu não tenho dúvida de que este éum caminho para tirar a Petrobrás como operadora única do pré-sal e, consequentemente, sangrar a empresa atéa entrega da companhia para o capital internacional.
Qual será a estratégia da FUP para esta campanha reivindicatória?
ZéMaria - A campanha deste ano vai tratar especificamente das questões econômicas, então, teoricamente, é uma campanha menos complexa do que quando se discute uma pauta cheia. Nossa expectativa é fazer uma campanha rápida.
Em 2010, a categoria chegou a suspender a campanha para participar do processo eleitoral. Isso pode ocorrer novamente este ano?
ZéMaria -Nós não descartamos que isso possa acontecer, o processo de 2010 demonstrou, naquele momento, a maturidade da categoria, que entendou a importância de defender o projeto popular. Acredito que este ano conseguiremos dar vazão às duas demandas, a campanha salarial e as eleições.
O que você destaca de positivo e negativo nesta gestão da FUP que se encerra, da qual você também participou?
ZéMaria - Ao longo de 21 anos de história, a Federação tem crescido, conquistado cada vez mais respeito dentro do movimento sindical, em nível nacional e internacional. Destaco como um grande feito da nossa categoria, a elaboração do projeto que mudou a regulamentação da lei do petróleo. Acho que foi uma ousadia da Federação, pois ao propor o projeto de iniciativa popular, saimos Brasil afora defendendo essa lei e isso foi um passo significativo para aumentar o respeito da entidade para fora do movimento sindical. E como processo que precisamos avançar destacaria a questão da excessiva terceirização, inclusive nas atividades fim; outra questão é que lamentavelmente ainda vemos colegas falecendo, adoecendo, ficando mutilados, fruto do trabalho. Temos que ter mais entusiasmo para tratar essas questões da mesma forma como temos para tratar das questões salariais e de vantagens econômicas.
Você é coordenador do Sindipetro-NF e recentemente terminou um mandato como representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás. O que essa experiência agrega neste novo desafio que você assume?
ZéMaria -O ano que passei no Conselho de Administração foi fantástico, ainda agradeço a confiança que a categoria depositou, essa participação agregou muito porque temos uma série de informações da companhia que nunca tivemos, são informações que a empresa usa em seu planejanento estratégico e também podemos usar para contrapor às argumentações da Petrobrás.