Em nova reunião do Grupo de Trabalho (GT) de efetivo e transferências, a Petrobrás apresentou as propostas para a solução de um problema que assola a categoria petroleira: os impactos na saúde das transferências compulsórias iniciadas pela gestão anterior. A reunião foi adiantada, após um caso recente de tentativa de suicídio por parte de uma trabalhadora.
Dentre as propostas de solução apresentadas pela Petrobrás estão o Teletrabalho integral temporário (em casos críticos de saúde, PCDs e pais de PCDs); Movimentação para E&P em regime especial (offshore); Mudança de lotação para o estado de origem ou local mais próximo da residência do empregado; Alteração de imóvel com manutenção da lotação e Mudança de ênfase conforme orientação corporativa. Mas no total, dos 631 casos registrados pela empresa, só foram completamente solucionados 30% participantes de movimentação coletiva.
A FUP e a FNP, ambas presentes na reunião, criticaram o apresentado pela empresa e cobraram medidas urgentes para o caso da companheira citada. A Petrobrás afirmou que está monitorando e dando suporte ao caso de uma companheira que tentou suicídio nos últimos días, mas as Federações consideraram insuficiente a resposta da empresa.
A presidenta do Sindipetro-RS e diretora da FUP, Miriam Cabreira, afirmou: “Não é algo inimaginável, porque infelizmente as soluções aos casos de transferências ainda estão muito travadas. Como a gente costuma dizer, é uma tragédia anunciada, porque os processos, os protocolos, e a forma em que a Petrobrás vem encarando esse processo devem ser melhoradas”.
Uma das promessas da nova diretoria executiva foi a humanização dos processos de Recursos Humanos, que colocariam como prioridade a atenção das pessoas. Porém, a FUP até o momento não visualiza essa priorização no caso das transferências. “O que estamos vendo na prática é que as questões de custo estão precedendo à saúde”, apontou Miriam.
Na perspectiva da FUP, casos como o da companheira que tentou suicídio nos últimos dias não podem ser tratados como casos isolados. Para Miriam, um caso assim é na verdade “a ponta do iceberg” e por isso “merece tratamento urgente e uma resposta adequada, mas ao mesmo tempo uma reflexão sobre a metodologia adotada pela Companhia, que não levou em conta todas as coisas que a gente propôs”.
Nesse sentido, Miriam acrescentou: “Desde o início das negociações pedimos para tratar as coisas de forma mais abrangente e coletiva, que as soluções fossem nacionais e locais, com prazos, conseguindo reduzir a ansiedade, dar soluções para resolver o desespero financeiro, e até então estamos tratando no varejo. Esse modelo colocado não atende as expectativas dos trabalhadores”.
Em suas falas, diretores das duas federações, criticaram que o tratamento individualizado que foi proposto não será efetivo: “A gestão não vai ter pernas para acompanhar a dinâmica da mudança de estágio desses casos, porque as pessoas não têm prazo, e até hoje não vislumbram uma solução para o problema delas”.
A gestão da Petrobrás se comprometeu a avançar nas demandas propostas pelas Federações e realizar uma nova proposta às entidades sindicais, que continuam em luta por uma solução definitiva ao assunto, que mobiliza e atinge à categoria petroleira como um todo.
FUP