May 08, 2024

Em ato contra o golpe, manifestantes pressionam senadores e defendem greve geral em defesa da democracia e da Petrobrás

A CUT-RS e outras centrais sindicais pressionaram os senadores contra o golpe e reafirmaram nesta segunda-feira (29), em Porto Alegre, a disposição de organizar uma greve geral contra as propostas de precarização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mudança na política de aposentadoria e do salário mínimo, e retirada de outros direitos que já tramitam no Congresso Nacional, por iniciativa do governo interino de Michel Temer (PMDB).

O anúncio foi feito durante um ato de vigília contra o golpe e em defesa da democracia realizado, no final da tarde desta segunda-feira (29), no Largo Glênio Peres, no centro da capital gaúcha, no dia em que a presidenta Dilma Rousseff foi ao Senado para se defender pessoalmente no julgamento do processo de impeachment no Senado.

Mesmo sob chuva, o ato reuniu algumas centenas de pessoas, que pressionaram os senadores contra o golpe e manifestaram apoio ao anúncio de preparação da greve geral e de intensificar as mobilizações de rua pelo país. Segundo cálculos da CUT-RS, cerca de duas mil passaram pelo local, ouvindo as denúncias dos representantes da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo.

O diretor do Sindipetro-RS, Dary Beck,  relatou a luta dos petroleiros contra o golpe. “O maior interesse desses golpistas é o nosso pré-sal. Estão entregando o futuro do Brasil.” De acordo com ele, só com um golpe é possível fazer isso “porque jamais seriam eleitos os que querem acabar com a soberania nacional”.

“O golpe não é só contra o mandato da presidenta Dilma, mas sim contra os direitos previstos na CLT, contra a Previdência, a política de aposentadoria de homens e mulheres e contra a democracia. O golpe é a proposta da prioridade do negociado sobre o legislado, do aprofundamento das terceirizações. Ninguém se elegeria dizendo que iria acabar com a CLT. É muito grave o que estão fazendo”, disse o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

“Em 1964”, acrescentou, “as elites se esconderam atrás dos tanques; agora, no século 21, se esconderam atrás dos microfones da Rede Globo para atacar a democracia e os direitos dos trabalhadores. Eles é que estão dando uma pedalada na democracia. E nós vamos responder a esse ataque organizando uma greve geral que vai parar o país”.

Para Claudir, “quem achou que era pela corrupção fez papel de trouxa”. Segundo ele, “a elite e os seus puxas sacos cansaram de ver pobre na faculdade e andando de avião e deram esse golpe com a ajuda da Globo, que deforma as opiniões neste país. É um golpe nos direitos sociais e trabalhistas, um golpe na democracia”, ressaltou.

 

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