A rejeição massiva da categoria petroleira à proposta de PLR, que reforça a desigualdade remuneratória no Sistema Petrobrás e discrimina os trabalhadores que estão abaixo do piso proposto, levou a empresa a chamar a FUP para uma reunião nesta quarta-feira, 30, para conversar sobre o PRD, o novo programa de premiação que nada mais é do que a continuação do PPP.
Desde que a gestão da Petrobrás implementou de forma unilateral o PPP durante o governo Temer, a federação vem denunciando o esvaziamento da PLR, que sempre foi negociada coletivamente, com o objetivo de garantir uma distribuição mais justa dos resultados que são construídos por todos os trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Petrobrás.
Mesmo após a categoria ter conquistado no ano passado uma PLR menos desigual, além de uma cláusula no ACT que busca valorizar a negociação coletiva, a Petrobrás, ainda assim, implementou o PRD, à revelia das entidades sindicais, esvaziando, mais uma vez, todo o processo de negociação coletiva realizado.
Assim como o PPP, o atual programa de premiação reforça que a alta gestão da companhia continue priorizando o mercado financeiro, ao atrelar 40% do pagamento dos gerentes ao valor das ações da Petrobrás. Ou seja, a empresa segue incentivando o lucro acima de tudo e a distribuição de dividendos absurdos aos acionistas privados. Da mesma forma que o PPP, o atual programa também continua sendo uma ferramenta que possibilita a perseguição política, ao reduzir em 50% o valor para quem tem advertência e zerar o pagamento de quem foi suspenso.
Além disso, o PRD perpetua a absurda desigualdade de remuneração entre a alta gestão e quem não tem função gratificada e discrimina quem recebe abaixo do piso da PLR, invisibilizando ainda mais esses trabalhadores. Ou seja, a essência e os valores disseminados pelo programa são os mesmos do PPP, incentivando o individualismo, em detrimento do coletivo.
A FUP enfatizou na reunião o que já vem afirmando nas negociações da PLR: os trabalhadores continuarão lutando por um só modelo de remuneração variável, com regras justas e democráticas, que leve em conta todo o Sistema Petrobrás e que seja negociado coletivamente. Se a gestão alega limitações para avançar nesse sentido, que negocie, então, outras formas de remuneração variável com critérios o mais próximo possível da PLR.
A categoria petroleira está dando o recado nas assembleias: não aceitaremos discriminações entre a holding e as subsidiárias, nenhuma proposta que perpetue as absurdas desigualdades remuneratórias que são praticadas pela empresa.