Apr 24, 2024

10 anos de Braskem: comemorar o que?

Sindipolo

No dia 16 de agosto a Braskem completa 10 anos de sua criação. Neste período houve uma profunda transformação no setor petroquímico brasileiro, que hoje é dominado pela Braskem. Na verdade, somente ela tem muitos motivos para comemorar estes 10 anos. Já os trabalhadores???
Até 2001, ela tinha pouca expressão na petroquímica nacional. No RS, tinha 30% da Copesul e a OPP-PP e OPP-PE. Com a “compra” da Copene, em 2001, ficou com cerca de 40% do setor e em 2007, com a aquisição do Grupo Ipiranga, junto com a Petrobras e Grupo Ultra, assumiu o controle da Copesul, da Ipiranga Petroquímica, ficando então com 70% do setor petroquímico. Em 2009, com a incorporação da Triunfo e, em 2010, com a aquisição da Quattor (unidades no RJ e SP), ficou com 100% do setor. Isto sem falar das unidades e projetos fora do país (EUA, Europa e América do Sul).
Generosidade sem fim
Tudo isto foi possível a partir da grande “generosidade” de sucessivos governos, especialmente do governo Lula, que além do favorecimento direto, com fartos recursos do BNDES, ajudou a “liquidar” com o Grupo Ipiranga, a  Suzano Petroquímica, a Quattor,  que eram as principais empresas do setor. Além de neutralizar Grupo Ultra.
O Grupo Odebrecht controla a Braskem com o também “conveniente” apoio da Petrobras, que se nega a participar da gestão. Mas o controle efetivo está com o Grupo Odebrecht.
Não se tem notícia na história recente do Brasil que um grupo econômico tenha sido tão privilegiado com recursos públicos como a Odebrecht. Seu avanço na petroquímica no Brasil começou com as questionáveis privatizações de Collor, em 1992, e se consolidou em 2010 com a compra da Quattor.  E não para por aí.
Ganância sem limites
Como a própria Braskem dizia, de fato ela é muito agressiva e sua ganância não tem limites. Não só no setor petroquímico, mas principalmente na gestão. No que se refere aos empregos, aos direitos dos trabalhadores, a precarização, a terceirização, fim dos planos de previdência complementar, rebaixamento da assistência médica, fim da política de PLR, brutal rebaixamento dos salários, não pagamento de horas extras, assédio moral, entre outros, ela deixou clara essa agressividade.
A partir da compra do Grupo Ipiranga, aqui no RS ela demitiu cerca de 700 trabalhadores diretos.  O Polo que já teve mais de quatro mil trabalhadores diretos, hoje tem apenas cerca de 2.200.
Além dos impactos para os trabalhadores com o controle do setor pela Braskem, também tem impactos para a sociedade. Como os trabalhadores reiteradamente alertaram, houve redução de impostos para o RS e elevação dos preços dos produtos oriundos da petroquímica em geral. Com o monopólio, a Braskem determina os preços, não só de seus produtos, como da matéria prima, na maior parte fornecida pela Petrobras. Seguidamente os setores de terceira geração têm reclamado da elevação dos preços das resinas. No que se refere aos tributos, o impacto foi sentido pelo RS, mas principalmente pelo município de Triunfo.
Alerta não faltou
Tudo o que ocorreu não foi por falta de alerta. O Sindicato denunciou nas Câmaras de Vereadores do eixo Porto Alegre/Novo Hamburgo, incluindo Montenegro e Triunfo,  o que aconteceria ao setor e os reflexos para o RS e municípios, como Triunfo, com a redução de impostos.
O estrago só não foi maior pela reação dos trabalhadores, que denunciaram os prejuízos na imprensa e para à sociedade, realizaram inúmeras  manifestações e audiências públicas na ALRS e Congresso Nacional.
O que se pode dizer destes 10 anos é que a Braskem foi  absolutamente beneficiada. Já os trabalhadores e a sociedade vêm pagando uma conta muito alta pelo “sucesso” da Braskem.

 

No dia 16 de agosto a Braskem completa 10 anos de sua criação. Neste período houve uma profunda transformação no setor petroquímico brasileiro, que hoje é dominado pela Braskem. Na verdade, somente ela tem muitos motivos para comemorar estes 10 anos. Já os trabalhadores???

Até 2001, ela tinha pouca expressão na petroquímica nacional. No RS, tinha 30% da Copesul e a OPP-PP e OPP-PE. Com a “compra” da Copene, em 2001, ficou com cerca de 40% do setor e em 2007, com a aquisição do Grupo Ipiranga, junto com a Petrobras e Grupo Ultra, assumiu o controle da Copesul, da Ipiranga Petroquímica, ficando então com 70% do setor petroquímico. Em 2009, com a incorporação da Triunfo e, em 2010, com a aquisição da Quattor (unidades no RJ e SP), ficou com 100% do setor. Isto sem falar das unidades e projetos fora do país (EUA, Europa e América do Sul).

Generosidade sem fim

Tudo isto foi possível a partir da grande “generosidade” de sucessivos governos, especialmente do governo Lula, que além do favorecimento direto, com fartos recursos do BNDES, ajudou a “liquidar” com o Grupo Ipiranga, a  Suzano Petroquímica, a Quattor,  que eram as principais empresas do setor. Além de neutralizar Grupo Ultra.

O Grupo Odebrecht controla a Braskem com o também “conveniente” apoio da Petrobras, que se nega a participar da gestão. Mas o controle efetivo está com o Grupo Odebrecht.

Não se tem notícia na história recente do Brasil que um grupo econômico tenha sido tão privilegiado com recursos públicos como a Odebrecht. Seu avanço na petroquímica no Brasil começou com as questionáveis privatizações de Collor, em 1992, e se consolidou em 2010 com a compra da Quattor.  E não para por aí.

Ganância sem limites

Como a própria Braskem dizia, de fato ela é muito agressiva e sua ganância não tem limites. Não só no setor petroquímico, mas principalmente na gestão. No que se refere aos empregos, aos direitos dos trabalhadores, a precarização, a terceirização, fim dos planos de previdência complementar, rebaixamento da assistência médica, fim da política de PLR, brutal rebaixamento dos salários, não pagamento de horas extras, assédio moral, entre outros, ela deixou clara essa agressividade.

A partir da compra do Grupo Ipiranga, aqui no RS ela demitiu cerca de 700 trabalhadores diretos.  O Polo que já teve mais de quatro mil trabalhadores diretos, hoje tem apenas cerca de 2.200.

Além dos impactos para os trabalhadores com o controle do setor pela Braskem, também tem impactos para a sociedade. Como os trabalhadores reiteradamente alertaram, houve redução de impostos para o RS e elevação dos preços dos produtos oriundos da petroquímica em geral. Com o monopólio, a Braskem determina os preços, não só de seus produtos, como da matéria prima, na maior parte fornecida pela Petrobras. Seguidamente os setores de terceira geração têm reclamado da elevação dos preços das resinas. No que se refere aos tributos, o impacto foi sentido pelo RS, mas principalmente pelo município de Triunfo.

Alerta não faltou

Tudo o que ocorreu não foi por falta de alerta. O Sindicato denunciou nas Câmaras de Vereadores do eixo Porto Alegre/Novo Hamburgo, incluindo Montenegro e Triunfo,  o que aconteceria ao setor e os reflexos para o RS e municípios, como Triunfo, com a redução de impostos.

O estrago só não foi maior pela reação dos trabalhadores, que denunciaram os prejuízos na imprensa e para à sociedade, realizaram inúmeras  manifestações e audiências públicas na ALRS e Congresso Nacional.

O que se pode dizer destes 10 anos é que a Braskem foi  absolutamente beneficiada. Já os trabalhadores e a sociedade vêm pagando uma conta muito alta pelo “sucesso” da Braskem.

 

 

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