Nov 23, 2024

Deputados tentaram aprovar relatório a favor do PL4567/16, mas sessão foi cancelada por falta de quórum

 

Petroleiros da FUP, Aepet e FNP ocuparam na tarde desta terça-feira, 21, o Plenário 01 da Câmara dos Deputadores Federais, onde a Comissão Especial que analisa o PL 4567/16 tentou se reunir. Os parlamentares a favor do projeto se articularam para votar o relatório do deputado José Carlos Aleluia (DEM/BA), que referenda na íntegra a proposta de José Serra, aprovada em fevereiro no Senado, que acaba com a exclusividade da Petrobrás na operação do Pré-Sal e a garantia de participação mínima da empresa em 30% dos campos licitados. Mas, por falta de quórum, a sessão foi encerrada e remarcada nova reunião da Comissão para a próxima terça-feira, 28 de junho.

 

Petroleiros presentes na audiência pública em Defesa da Previdência

As propostas apresentadas pelo governo interino de Michel Temer (PMDB) para reformar o sistema de previdência social, aprofundar o processo de terceirização no país, flexibilizar direitos trabalhistas, incluindo a própria Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e cortar recursos da Justiça do Trabalho, conseguiram um feito inédito: unificar sete centrais sindicais na luta contra essa agenda.

Promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), a audiência pública realizada na tarde fria desta segunda-feira (20), na Casa do Gaúcho, no Parque da Harmonia, em Porto Alegre, evidenciou essa unidade que promete se transformar em mobilização e ações comuns em defesa de direitos sociais e trabalhistas e contra as propostas que integram a “Ponte para o Futuro”, documento elaborado pelo PMDB que contém as diretrizes gerais do que seria um governo Temer.

O encontro, que contou com mais de 1,2 mil trabalhadores e aposentados e reuniu representantes de seis centrais: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Intersindical, CSP Conlutas (Central Sindical e Popular), Nova Central Sindical e União Geral dos Trabalhadores (UGT), que ficou quase lotada para o encontro que debateu algumas das principais ameaças que pairam hoje sobre direitos sociais e trabalhistas. A Força Sindical participou da organização do evento, mas não compareceu.

Madeira

Paim destacou a iniciativa do presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, que contatou as centrais para organizar o evento. “Precisamos de unidade e mobilização para enfrentar o desmonte e defender os direitos sociais e trabalhistas ameaçados pelos golpistas”, afirmou.

O senador apontou as três principais ameaças: as mudanças na idade para aposentadoria – especialmente para as mulheres, que passariam a se aposentar com 65 anos -, a desvinculação entre o salário mínimo e o reajuste da aposentadoria do regime geral, e a proposta do prevalência do negociado sobre o legislado.

Fonte: Com CUT-RS

Carta aos Petroleiros e Petroleiras

Ao longo dos últimos dois anos, a Petrobrás vem sendo vítima de um bombardeio midiático que nada tem a ver com os crimes de corrupção que sangram a empresa desde muito antes de 2003 e com os quais jamais fomos e seremos complacentes. Esses ataques têm por objetivo fragilizar a estatal brasileira e com isso justificar a entrega do Pré-Sal.

Nós trabalhadores da Petrobrás, próprios e terceirizados, assim como a sociedade brasileira, somos todos vítimas dessa campanha de desmoralização da companhia. Os prejuízos são mais do que visíveis: a cadeia produtiva do setor petróleo foi fortemente impactada, a indústria naval está em frangalhos e a engenharia nacional, desmontada. O resultado são milhares de desempregados e o PIB em queda livre, puxada pelos desinvestimentos da Petrobrás.

É em meio a esse cenário que Pedro Parente assume interinamente a Presidência da Petrobrás pelas mãos de um governo golpista. Já chegou avisando que não interessa à empresa ser operadora do Pré-Sal, que intensificará a venda de ativos e que não admitirá interferência política na companhia, sendo ele próprio fruto de uma indicação política do PSDB.

Além disso, Pedro Parente tem se posicionado de forma oportunista em relação à crise da Petrobrás, como se fosse algo isolado do que ocorre com outras petrolíferas no mundo, também impactadas pela brutal queda dos preços do barril do petróleo. Trata o estratégico legado de conquistas da companhia como “administração desastrosa” e diz que sua missão é recuperar a credibilidade da empresa junto ao mercado. Certamente ele não se recorda, mas a primeira vez que a Petrobrás recebeu avaliação de grau de investimento por uma agência internacional de classificação de risco foi em 2005, seguida de outras duas certificações em 2007.

É no mínimo leviano Pedro Parente querer atribuir a crise da Petrobrás à corrupção, quando na verdade várias outras companhias estão em dificuldades financeiras em função da queda de mais de 40% nos preços do petróleo. A britânica BP registrou prejuízo em 2015 de 8,49 bilhões de dólares. A Statoil perdeu US$ 4,9 bilhões e a norte-americana ConocoPhillips, fechou o ano negativamente em US$ 4 bilhões. No caso da Petrobrás, o impacto da crise foi ainda maior por conta da desvalorização cambial.

RESPEITO AOS TRABALHADORES

Em mensagem enviada aos trabalhadores no dia 13 de junho, Pedro Parente tentou se explicar sobre as ações a que responde na Justiça. disse que o fazia “em respeito” aos trabalhadores que merecem a sua “total consideração”. Que respeito e consideração ele tem por nós se já avisou que irá abrir mão do Pré-Sal, beneficiando as multinacionais, que são concorrentes da Petrobrás? Respeitar a categoria é despejar ativos no mercado com os preços do petróleo em baixa? Que consideração tem pelos trabalhadores descartando qualquer tipo de intervenção financeira por parte do acionista majoritário? 
Sem novas reservas do Pré-Sal, sem ativos e sem recursos do Estado, qual será o futuro da Petrobrás e dos seus trabalhadores, a quem Pedro Parente diz ter tanto respeito e consideração?

NADA A TEMER?

Ao tentar esquivar-se dos prejuízos que causou aos cofres públicos no período em que foi ministro de Fernando Henrique Cardoso, Pedro Parente se fez de vítima, alegando ser “alvo de ataques pessoais por parte de órgãos sindicais”. Mas, os processos que correm na Justiça contra ele não foram inventados pela FUP ou por seus sindicatos. São fatos.

Quem acusa o presidente da Petrobrás é o Ministério Público Federal, nas ações que move contra ele nas 20° e 21° Varas Federais de Brasília por conta de sua participação no Proer. O socorro financeiro que o governo FHC deu aos banqueiros entre 1995 e 2001 causou na época um rombo bilionário nos cofres públicos. As ações contra Pedro Parente são referentes a dois dos sete bancos privados beneficiados pelo Proer, o Bamerindus e o Econômico, que, segundo o MPF, causaram prejuízos de R$ 2,9 bilhões ao Estado, que corrigidos em valores atuais equivalem a mais de R$ 15 bilhões.

Também não é ilação da FUP a participação do atual presidente da Petrobrás na venda de 30% da Refap, em dezembro de 2000, que causou à companhia prejuízos de US$ 2,3 bilhões, em função da troca de ativos realizada com a Repsol/YPF. A estatal cedeu na época US$ 3 bilhões em ativos à multinacional e recebeu em troca US$ 750 milhões. Pedro Parente era membro do Conselho de Administração da Petrobrás e autorizou a negociata. Por isso responde à Ação Civil Pública no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no Rio Grande do Sul, que aguarda a perícia dos valores negociados e suas implicações.

A FUP e seus sindicatos continuarão mobilizando a categoria e a sociedade brasileira em defesa da soberania nacional. O Pré-Sal e a Petrobrás são os maiores bens que o povo dispõe para construir uma nação com desenvolvimento econômico e social. Não podemos permitir que Pedro Parente e os golpistas entreguem esse patrimônio de mão beijada ao mercado.

Lutar sempre. Temer jamais.

FUP

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