Terceirização é a grande vilã na explosão da plataforma, diz Sindipetro
Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o diretor do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Espírito Santo, Davidson Lomba, afirma que a grande vilã do acidente com um navio-plataforma a serviço da estatal, ocorrido na quarta-feira, 11, no litoral do Espírito Santo, é a terceirização. O navio-plataforma é fretado e pertence à empresa norueguesa BW Offshore; dos 74 tripulantes que trabalhavam a bordo, apenas um era da Petrobras, relata o sindicalista.
"O sindicato vem cobrando, há muito tempo, o combate à terceirização desenfreada que vem acontecendo nos postos de trabalho da Petrobras", ressalta Lomba. Ele afirma que as condições de trabalho e segurança do terceirizado são "muito inferiores", em comparação às dos trabalhadores da Petrobras.
O dirigente relata que o Sindipetro foi informado imediatamente sobre o ocorrido, conforme determinado em negociação coletiva, e que, juntamente com a estatal, formaram uma comissão para investigar as causas do acidente. Análises prévias apontam para uma explosão na casa de bombas do navio.
O sindicalista explica que, diferentemente das plataformas fixas, os navios-plataformas têm capacidade de se deslocar de um poço a outro, operam com menores custos e possuem capacidade de estocagem, mas, ainda assim, são mais seguros do que as instalações fixas.
Para Davidson Lomba, foi um acidente "trágico, atípico e incomum", mas com mais chance de ocorrer em equipamentos terceirizados do que naqueles operados diretamente pela Petrobras.