Nov 23, 2024

Benefício Farmácia: FUP denuncia ineficácia dos órgãos internos da Petrobrás e omissão dos gestores

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás mais uma vez são vítimas de constrangimento, em função de denúncias de corrupção, dessa vez, envolvendo uma das principais conquistas da categoria: o programa de custeio de medicamentos. Um benefício que está diretamente relacionado à saúde e à qualidade de vida dos petroleiros, principalmente os que sofrem de doenças crônicas, advindas dos riscos diários a que são expostos em seus locais de trabalho.

A categoria e suas representações sindicais, portanto, são os maiores interessados em ver todas as denúncias investigadas com rigor e os responsáveis punidos. Nesta segunda-feira, 27, a FUP protocolou documento cobrando que a Petrobrás constitua imediatamente uma comissão com participação paritária dos trabalhadores, para apurar as irregularidades noticiadas pela imprensa, de modo a garantir que os culpados sejam responsabilizados civil e criminalmente.

Desde o início de 2015, a FUP vinha denunciando problemas na gestão do Benefício Farmácia, que causaram uma série de transtornos para os trabalhadores, impossibilitados de utilizarem plenamente o programa. Em reuniões com a Petrobrás e a Global Saúde, cobramos várias vezes o aperfeiçoamento do sistema e medidas eficazes de controle para garantir o atendimento correto aos beneficiários.

Nada, no entanto, foi feito. A Petrobrás encerrou em setembro passado o contrato com a empresa, deixando os trabalhadores sem acesso ao benefício, apesar dos descontos mensais que continuaram sendo feitos em seus contra-cheques.

Ao tomar conhecimento da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que suspendeu no dia 14 de abril o contrato que a Petrobrás fez com uma nova operadora do benefício, a FUP imediatamente solicitou ingresso como interessado no processo para ter acesso aos autos e poder se manifestar. Estranhamente, até o momento, o TCU não atendeu o pedido. Por isso, nesta segunda-feira, 27, a FUP solicitou diretamente à Global Saúde os documentos referentes ao seu contrato de gestora do Benefício Farmácia e às irregularidades que estão sendo investigadas.

Os trabalhadores não podem continuar reféns da ineficácia dos órgãos internos da Petrobrás e da omissão dos gestores, que deveriam ser responsáveis pelo controle e fiscalização de um benefício tão importante para a categoria. Os encarregados de zelar pela boa conduta da empresa e pelo combate à corrupção mais uma vez expõem os trabalhadores a difamações e a constrangimentos. Daí a urgência de uma comissão paritária para apurar e punir rigorosamente os desvios na gestão do Benefício Farmácia e permitir que ele volte a ser retomado, conforme garante o Acordo Coletivo de Trabalho.

 

Federação Única dos Petroleiros - FUP

Rio de Janeiro, 27 de junho de 2016

Nova lei contra nomeações políticas em estatais não salvaria a Petrobras de corrupção

Comemorada pelo governo interino de Michel Temer como uma vitória contra a corrupção, a nova lei de estatais, que restringe nomeações políticas nessas empresas, teria efeito praticamente nulo sobre os escândalos na Petrobras investigados pela Operação Lava Jato. Dirigentes da petrolífera com papéis centrais no esquema eram funcionários de carreira.

Muitos desses nomes com perfil técnico estavam na estatal há décadas e não tinham qualquer filiação partidária. É o caso do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, do ex-diretor de Serviços Renato Duque e dos ex-diretores da Área Internacional Nester Cerveró e Jorge Zelada.

Duque é formado engenheiro eletricista pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde também fez MBA, informa o jornal Folha de S.Paulo. Foi denunciado oito vezes por suspeita de crimes relacionados à Lava Jato e foi condenado a 20 anos de prisão.

Paulo Roberto Costa entrou na estatal em 1977 depois de se formar em engenharia mecânica pela Universidade Federal do Paraná. Chegou à Gaspetro em 1997 sob Fernando Henrique Cardoso. Acabou condenado a 39 anos e 5 meses de cadeia.

Já Zelada, engenheiro elétrico pela UFRJ, trabalhava na estatal em um emprego concursado desde 1980. Pegou 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Cerveró, na estatal desde 1975, prometeu devolver aos cofres públicos R$ 18 milhões.   

Brasileiros

CUT proporá acréscimo de duas parcelas do seguro-desemprego

Na próxima reunião do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), dia 29 de junho, Quintino Severo, secretário de Administração e Finanças da CUT e conselheiro da Central no órgão, defenderá o acréscimo de duas parcelas do seguro-desemprego para trabalhadores que foram demitidos entre janeiro e junho de 2016 e que atuam nas áreas mais afetadas pelas demissões.

O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) está na fase final de elaboração do estudo que determinará quais categorias e estados foram mais afetados pelo desemprego e que, portanto, serão atingidos pelo benefício.

Dessa forma, trabalhadores que foram demitidos e que teriam, por exemplo, três parcelas do seguro-desemprego para receber, serão contemplados com cinco, se estiverem enquadrados na categoria e estado apontados pelo estudo do Dieese.

O Codefat é um colegiado de caráter tripartite, o conselho tem entre suas missões gerir os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que custeia programas como o seguro-desemprego.

“Esperamos receber o apoio de empresários, do governo e, obviamente, da bancada dos trabalhadores. Essa tema é sensível e neste momento a medida que estamos apresentando é fundamental para a vida dos trabalhadores”, afirmou Quintino.

A medida pode ser votada ainda no dia 29 de junho, data da reunião do Codefat e quando a proposta será apresentada. Porém, qualquer conselheiro pode pedir vistas do processo e adiar em até 30 dias a votação.

“É uma medida urgente, que precisa ser debatida e votada já no dia 29, não podemos ficar aguardando”, afirmou Quintino.

CUT

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