Nov 29, 2024

Como ludibriar trabalhadores para conseguir cada vez mais lucros

A história é sempre a mesma. Ou os trabalhadores garante o lucro com sua força de trabalho, ou mantém, os lucros sendo obrigados a reduzir salários.

Qualquer economista inteligente tem certeza que a elite econômica brasileira é burra. Critica o Estado, mas todo o investimento de infraestrutura é sempre bancado pelo Estado, além de exigir, sempre, garantias para que seus negócios sejam protegidos.

Ontem a Randon colocou em prática, novamente, essa regra do empresariado brasileiro. A empresa propôs, aos trabalhadores, um acordo leonino. Ou aceitavam reduzir a jornada de trabalho com redução de salários, ou haveriam demissões. Com a espada na nuca 7 mil trabalhadores votaram (o resultado sai hoje).

O Sindicato dos Metalúrgicos não acompanhou a votação. A posição do sindicato é de que a votação é ilegal porque não há uma convenção coletiva aprovada (por falta de acordo entre as partes o dissídio foi parar na justiça).

A Randon será a primeira a flexibilizar jornada e salário mas não será a única. Por trás disso está a construção de um discurso que foi fabricado.

Primeiro, nas vésperas do dissídio da categoria, a indústria começa a demitir. Isso começa a criar um clima de insegurança na categoria.

Segundo, o jornalismo econômico, que prevê uma crise todo ano e ela nunca chega, corre para dizer que estamos em recessão, que as coisas vão piorar. Exemplo claro desse terrorismo é a abertura da notícia sobre a Randon no Pioneiro de hoje: "A estratégia busca adequar a produção ao momento de dificuldade econômica que afetou o setor automotivo no primeiro semestre e dá sinais de aprofundamento nos próximos meses, o que deve gerar demissões". A vida real contrapõem esse quadro. As demissões começaram somente nos dois últimos meses. Os quatro primeiros meses do ano foram de saldo positivo nas criação de postos de trabalho.

Terceiro, aproveite-se de um momento eleitoral e faça tudo que puder para beneficiar seu candidato ou prejudicar seu adversário.

A Randon pouco tem que se queixar de crise. A indústria de Caxias tão pouco. Durante anos foi beneficiada por fortes reduções de impostos e incentivos fiscais. Ainda teve um forte investimento em compras diretas do governo federal ou de pessoas e empresas via programas federais. A Marcopolo produziu milhares de ônibus escolares, adquiridos pelo Governo Federal, e distribuído para prefeituras. A Randon, igualmente, forneceu carrocerias para caminhões adquiridos em outro programa federal e distrubidos para 5 mil municípios.

Como o Governo Federal não pode mais, por conta da legislação eleitoral, ordenar despesas, o afã do lucro não diminui e quem garantirá o lucro é o trabalhador.

Site: Polenta News

95% das categorias tiveram ganho real em 2013, diz Dieese

Cerca de 95% das 685 unidades de negociação analisadas pelo Sistema de Acompanhamento de Salários do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (SAS-Dieese) conquistaram, para os pisos salariais em 2013, reajustes acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento real médio foi de 2,8% – menos do que o registrado em 2012, de 5,68% acima do INPC.

O SAS-Dieese informa que, no ano passado, os valores acordados variaram entre R$ 678,00, (equivalente ao valor do salário mínimo vigente em 2013) e R$ 3.600,00.

O valor médio dos pisos foi de R$ 879,04, cerca de 9% maior, em termos nominais, que o valor médio observado em 2012 (R$ 802,89).

Em relação aos valores estabelecidos para os pisos, aproximadamente 6% correspondiam ao salário mínimo vigente; cerca de um terço até R$ 750 e quase metade de até R$ 800.

Pisos acima de R$ 1 mil foram observados em 16% das negociações analisadas e superiores a R$ 2 mil, em apenas 1,5%.

Na desagregação por setor econômico, a pesquisa mostra que em todas as áreas o porcentual de unidades de negociação com aumento real nos pisos salariais foi superior a 90%.

A maior incidência de pisos com reajustes foi no Comércio (97,4%) e na Indústria (96,8%), seguido pelo setor Rural (92,6%) e de Serviços (91,7%).

Já aos reajustes abaixo da inflação, observados em quase 3% das categorias, foram mais frequentes no setor Rural (7,4% das unidades de negociação) e nos Serviços (5,2%). Nos setores de Indústria e Comércio, esse porcentual foi de 1,7% e 0,9%, respectivamente.

O levantamento revela também que o Salário Mínimo Necessário calculado pelo Dieese para 2013 variou entre R$ 2.621,70 (valor aferido em setembro) e R$ 2.892,47 (em abril), o que resultou em um valor médio anual de R$ 2.765,33, o equivalente a 4,08 salários mínimos oficiais.

A pesquisa destaca que, no ano passado, apenas duas categorias analisadas registraram pisos salariais superiores ao valor médio do Salário Mínimo Necessário, ambas em convenções coletivas de médicos, o que puxou o valor médio do setor de “Serviços de Saúde Privada” para R$ 3.600,00.

No relatório do estudo, o Dieese comenta que o resultado de 2013 por si é “expressivo”, embora seja ligeiramente inferior ao registrado em 2012, quando o porcentual de unidades de negociação com aumentos reais atingiu 98% das 696 unidades pesquisadas.

De acordo com o órgão, essa diferença pode ser decorrente, “em parte”, da valorização do salário mínimo, “cuja influência sobre as negociações dos pisos salariais vem sendo observada pelo Dieese nos últimos anos”.

“A correlação positiva entre a política de valorização do salário mínimo e a valorização dos pisos salariais é um dado importante para o debate sobre a continuidade da referida política, a partir de 2016″, destaca a entidade no relatório.

Por: Agência Estado, com informações da CUT Nacional

Trabalhadores nos Correios definem pauta e querem 8% de aumento real

Outra categoria numerosa com data-base no segundo semestre, a dos trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, já tem a pauta praticamente definida para iniciar as negociações com a ECT. Entre as várias propostas debatidas, prevaleceu a que inclui reajuste de 6,4% (a título de reposição de perdas dos últimos 12 meses) mais R$ 300 lineares, além de aumento real (acima da inflação) de 8% e 11,3% de reposição de perdas acumuladas desde 1994.

Três propostas de reajuste, formuladas pelas diversas correntes políticas que atuam na categoria, foram discutidas durante reunião do conselho de representantes (Conrep), realizado de 16 a 19 em Luziânia (GO). A categoria, que tem data-base em 1º de agosto, reúne 125.500 trabalhadores, segundo os dados mais recentes.

De acordo com a Fentect, federação nacional dos funcionários na ECT, até hoje  (29) a pauta de reivindicações deve ser aprovada em assembleias, para entrega nos Correios no dia seguinte, às 16h, quando está previsto um ato de protesto contra perseguições políticas e demissões. A entidade fixou 9 de setembro como "data limite" para as negociações, que começam em 6 e 7 de agosto – e já tem uma assembleia para deflagração de greve no dia 17 daquele mês.

A pauta inclui ainda tíquete-refeição de R$ 40 e vale-cesta de R$ 400. Os valores atuais, conforme o acordo coletivo, são de R$ 28,29 e R$ 158,45, respectivamente.

Dos 125 mil empregados nos Correios, 34 mil são de São Paulo, 40 mil têm de 31 a 40 anos e 34 mil, de 41 a 50 anos. Mais de 70% têm ensino superior completo. Em 2013, a empresa distribuiu, em média, 36,5 milhões de objetos por dia. A receita total atingiu R$ 16,7 bilhões, com lucro líquido de R$ 325,3 milhões.

Fentec

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