Nov 29, 2024

Rede Globo é acusada de sonegar R$ 180 milhões

Para quem acha que a derrota de 7 a 1 para a Alemanha foi o mais duro golpe no Brasil durante uma Copa do Mundo de futebol, ainda não conhece um grave caso de bastidores. O blogueiro Miguel do Rosário, do site “O Cafezinho”, revelou com exclusividade, na semana passada, o processo da Receita Federal contra a Rede Globo. Trata-se de uma sonegação fiscal multimilionária.

 

O relatório comprova que a emissora da família Marinho montou um esquema internacional envolvendo diversas empresas para mascarar a compra dos direitos da Copa do Mundo de 2002. O objetivo principal seria burlar o pagamento de impostos que deveriam ser recolhidos à União pela compra dos direitos.

 

O auditor fiscal Alberto José Zile, que assina a ação fiscal, fala em “uma intricada engenharia desenvolvida pelas empresas do sistema Globo” para simplesmente burlar a operação financeira junto à FIFA. Para escapar da tributação do imposto de renda na fonte, a Globo adquiriu os direitos de transmissão da Copa sob a forma de investimentos em participação societária no exterior. Empresas criadas em paraísos fiscais, como as Antilhas Holandesas, Ilhas Cayman e Ilhas Virgens Britânicas, adquiriram os direitos de transmissão da Copa e, depois, essas mesmas empresas foram vendidas para a Globo. Uma simulação, segundo a auditoria.

 

Valores devidos pela Globo devem chegar a R$ 615 milhões

Ao todo, o imposto de renda devido chega a R$ 183 milhões de reais. Esse valor foi calculado com base no preço pago pelos direitos de transmissão na época, que chega a R$ 732 milhões. Porém, a Receita Federal informa que a emissora vai ter que pagar multa pesada, de mais de R$ 274 milhões, além da atualização dos juros de mora, que ultrapassam os R$ 157 milhões. Dessa forma, os valores devidos pela principal empresa de comunicação do país devem chegar a uma fortuna de R$ 615 milhões.

 

Para a coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Rosane Bertotti, a revelação é um escândalo. “É um valor estratosférico, um crime de lesa-pátria contra a nação, contra a classe trabalhadora que paga seus impostos. A situação se torna ainda mais grave porque a Globo é concessionária de serviço público, que são os canais de rádio e TV. Ao sonegar impostos, a Globo também viola o contrato de concessão que tem com o Estado brasileiro”, aponta.

 

O negócio bilionário de transmissão da Copa do Mundo é processo pouco transparente. A Globo não informa os valores pagos à FIFA para conquistar o direito de transmissão na Copa realizada. Desde a década de 1970 as duas poderosas fazem acordos entre si. Mesmo com cifras cada vez mais altas, o retorno é sempre garantido. De acordo com o FNDC, a Globo embolsou mais de R$ 1,44 bilhão apenas com patrocinadores na Copa do Mundo 2014, realizada no Brasil. Fora o que fatura com a cobrança para retransmissão das imagens por outros veículos de comunicação. “O monopólio de uma única emissora dos direitos de transmissão de grandes eventos como a Copa é um desrespeito a liberdade de expressão e a democracia”, acrescenta Rosane, do FNDC.

 

Outro lado

O Brasil de Fato tentou falar com a assessoria das Organizações Globo para comentar as revelações, mas não conseguiu contato. Até agora, também não houve nenhum outro pronunciamento público sobre o caso, nem mesmo da Receita Federal ou do Ministério das Comunicações, responsável por fiscalizar os contratos de concessão dos canais de rádio e TV.

Nos meios de comunicação, o silêncio sobre o assunto também impera. Nenhuma emissora ou jornal, mesmo os concorrentes, repercutiram a revelação.

 

Dívida da Globo é 11 vezes maior que mensalão

A sonegação fiscal da Rede Globo, em termos de valores, pode ser considerado o maior escândalo de corrupção dos últimos anos. O imposto devido, segundo atualização da Receita Federal, é de R$ 615 milhões. O valor é 11 vezes maior do que o apurado no processo do mensalão, julgado em 2012 pelo STF (R$ 55 milhões), até hoje classificado pela mídia como “o maior caso de corrupção da história”. Já na denúncia de formação de cartel no metrô de São Paulo, que envolve políticos do PSDB, os valores envolvidos chegam a R$ 577 milhões, também inferior à sonegação global.

 

Brasil de Fato

Nova direção do CPERS/Sindicato é oficialmente empossada

Em um clima de esperança e alegria tomou posse, na noite de sexta-feira, 1º de agosto, a nova diretoria do CPERS/Sindicato, que terá como presidente a professora Helenir Oliveira. A solenidade ocorreu na Casa do Gaúcho, em Porto Alegre, e reuniu milhares de educadores de todo o Estado. Entre as autoridades presentes estiveram representantes da CUT, CGTB, CTB, Conlutas, CNTE e lideranças dos movimentos sociais e estudantis.

Em seu discurso, Helenir destacou a importância da retomada da luta pela valorização profissional e por avanços à educação pública gaúcha. Segundo ela, o diálogo com a categoria, com os poderes do Estado e com a sociedade será uma das principais ferramentas de luta do CPERS/Sindicato.

"Teremos uma relação de diálogo e negociação tanto com este governo que encerra seu mandato no final deste ano quanto com o que vier a assumir, sempre resguardando o princípio cutista de autonomia e independência, não somente dos governos, mas, também, dos partidos políticos. Enquanto indivíduos podemos ter nossas opções partidárias, porém, enquanto direção desta entidade nosso partido será a educação, respeitando a pluralidade de nossa categoria", afirmou.

Ainda de acordo com Helenir, a partir de segunda-feira, dia 4, a equipe diretiva iniciará uma grande mobilização visitando as escolas, escutando a categoria e colocando-a como protagonista neste próximo período.

Apoio das Centrais

O representante do Conlutas, Érico Correa, observou que o CPERS/Sindicato deve lutar contra a criminalização dos movimentos sociais e afirmou seu apoio: "Estamos lado a lado com a categoria em todas as lutas."

Sérgio de Miranda, presidente da CTB, observou que na última década foram obtidas muitas conquistas pelos trabalhadores, mas ainda é preciso avançar mais, principalmente em relação aos professores. "Nós nos somamos ao CPERS/Sindicato para que os educadores desse país sejam realmente reconhecidos e valorizados."

O membro da Executiva Nacional da CGTB, Éder Pereira da Silva, também prestigiou a posse e demonstrou seu apoio. "A importância do CPERS/Sindicato vai além da categoria, envolve toda a sociedade", declarou.

Roberto Franklin de Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), destacou a importância de realizar um grande debate para se conhecer os planos estaduais e municipais de educação. "E aqui, no Rio Grande do Sul, vamos exigir o cumprimento da Lei do Piso. Vamos trabalhar juntos", disse.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas de Moraes, ressaltou a importância e o papel do sindicato. Segundo ele, "o CPERS/Sindicato não é de nenhuma central, ele é do professor, da professora, dos funcionários de escola e dos aposentados. O sindicato é laico. É de uma instituição de luta e representa os trabalhadores em educação."

Compromissos com a categoria

Na ocasião, a nova presidente do CPERS/Sindicato reforçou as principais bandeiras do sindicato: exigir o pagamento do Piso Nacional como vencimento básico do Plano de Carreira; disputar, para a educação pública, os recursos do Pré-Sal e dos royalties do petróleo; a aplicação dos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) previstos no Plano Nacional de Educação (PNE); e os 35% previstos na Constituição Estadual.

Ainda destacou a importância de luta pela manutenção, melhoria e ampliação do IPE Saúde; por uma nova Lei do Vale-Refeição, sem estorno; exigir a publicação das promoções, com efeito retroativo, para professores, funcionários de escola e aposentados; criar espaços para discussão de temas de interesse dos aposentados, defendendo suas propostas; buscar a realização de concursos para professores e funcionários de escola e a nomeação imediata dos aprovados; recuperar o protagonismo do CPERS/Sindicato na defesa da educação pública e de qualidade; e retomar as tão necessárias e importantes discussões pedagógicas.

CPERS/Sindicato

RBS é condenada por irregularidades na jornada

A Justiça condenou a RBS - Zero Hora Editora Jornalística, afiliada da Rede Globo no âmbito do Estado de Santa Catarina, a pagar indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 1,5 milhão. A sentença é favorável à Ação Civil Pública do Ministério Público do Trabalho ajuizada pela procuradora Dulce Maris Galle, em decorrência de várias irregularidades trabalhistas, entre elas o excesso de jornada e a não observância das folgas aos seus funcionários de acordo com a lei.
 
Além da indenização, a decisão do juiz Paulo André Cardoso Botto Jacon, da 6ª Vara do Trabalho de Florianópolis, obriga a empresa a conceder intervalo para repouso ou alimentação de, no mínimo 1 hora e, no máximo, 2 horas, em qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda de 6 horas, e intervalo de 15 minutos, quando a duração do trabalho ultrapassar de 4 horas e não exceder de 6 horas.
 
Terá o grupo, também, que se abster de manter empregado trabalhando durante o período destinado ao repouso ou alimentação; abster-se de prorrogar a jornada normal de trabalho, além do limite de 2 horas diárias, salvo comprovação de cumprimento das exceções legais e abster-se de exigir, tolerar ou permitir a prestação de serviço por mais de 06 (seis) dias consecutivos, de modo a assegurar ao empregado ao menos um dia de descanso após o sexto trabalhado. A multa diária é de R$ 500 mil para cada uma das obrigações acima descumprida.
 
A denúncia chegou ao MPT em 2009 e após a instauração do inquérito foram comprovadas as irregularidades de jornada. Por mais de uma vez foi proposta a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para a empresa corrigir as falhas trabalhistas apontadas. Com a recusa, coube ao MPT o ajuizar a ação civil, agora sentenciada pela justiça. Da decisão cabe recurso.
 
 
Fonte: MPT/SC - Reprodução: Imprensa/SINDJORS

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