Na luta pela Defesa do pré-sal, a FUP, a FNP e a Aepet ocuparam na tarde de terça-feira, 21, o Plenário 01 da Câmara dos Deputados Federais, em Brasília, lugar em que a Comissão Especial que analisa o PL 4567/16 tentou se reunir. A pressão dos petroleiros conseguiu barrar a votação do relatório, elaborado pelo deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que já declarou ser a favor da entrega da produção do Pré-Sal para as multinacionais e que referenda na íntegra a proposta de José Serra, aprovada em fevereiro no Senado, que acaba com a exclusividade da Petrobrás na operação do Pré-Sal e a garantia de participação mínima da empresa em 30% dos campos licitados. Está prevista uma nova reunião da Comissão na próxima terça-feira, 28.
O presidente do Sindietro-RS, Maia, destacou a unidade da categoria petroleira na defesa do pré-sal: "Nós vamos lutar até o fim para impedir que este projeto entreguista do senador José Serra (PSDB-SP) prossiga agora na Câmara dos Deputados, agora como PL 4567. Unidos, com o povo brasileiro, petroleiros e petroleiras, vamos impedir que esse bando assole as nossas riquezas".
Para o dirigente sindical do Sindipetro Bahia, Leonardo Urpia, a participação dos petroleiros diante deste cenário, é fundamental: "É importante estarmos presentes para pressionar e também para não deixar acontecer outras manobras, como aconteceu hoje. Tentaram realizar a audiência sem o quórum estabelecido regimentalmente, além disso, tentaram trocar a plenária para dar o quórum sem a presença dos deputados de oposição, além de outras tentativas. Manobras eles estão tentando, velocidade eles querem, tudo para vender a nossa riqueza natural, o nosso pré-sal”, disse.
Reunião com a ComCer
Na segunda-feira, 20, os representantes da FUP participaram da reunião da ComCer cobrando um posicionamento em relação a suspensão cautelar do SPIE da REDUC. Os dirigentes sindicais relataram aos auditores fiscais e demais membros da comissão, as fraudes praticadas pelos gerentes da REDUC, que ocasionaram uma fraude no próprio Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos (SPIE). São estes gerentes os responsáveis pela morte do companheiro Cabral, em janeiro de 2016.
Com a morte do companheiro Cabral, só ficou mais evidente as fraudes nos relatórios de inspeção que deveriam ser realizados pelo SPIE. Infelizmente, Cabral foi mais uma vítima do descaso e da irresponsabilidade dos gestores da Petrobrás.
O Sindipetro Caxias há anos vem denunciando a negligência da empresa. Em documento protocolado no dia 7 de dezembro de 2015, e encaminhado à REDUC, COMCER, IBP, MTE, ANP, MPT e FUP, o Sindicato se posicionou contra o processo tendencioso dos técnicos do IBP. Em nota publicada no site www.sindipetrocaxias.org.br o presidente do Sindicato, Simão Zanardi, afirmou: “para nós, o SPIE não atende mais às necessidades dos trabalhadores e do sindicato devido ao seu aparelhamento aos interesses da empresa”.
Devido a essas fraudes no relatório, a REDUC corre o risco de perder o SPIE. Isso pode acarretar em uma enorme despesa para a empresa, já que sem a inspeção própria de equipamentos, são necessárias que novas inspeções sejam realizadas mesmo quando não há necessidade. O ideal é que as manutenções sejam realizadas de acordo com a demanda que cada equipamento exige. Porém, com as fraudes do SPIE, não havia inspeções de qualquer espécie.