Petroleiros da FUP, FNP e Aepet realizaram nesta terça-feira, 14, em Brasília um ato político em defesa da Petrobrás e do Pré-Sal, com participação de trabalhadores da educação (CNTE) e do campo (MAB, MPA, MCP), de estudantes (UNE e UJS) e de outros movimentos sociais. A manifestação foi chamada pela Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás, tendo como foco o enfrentamento ao Projeto de Lei 4567/16, que visa tirar da Petrobrás a função de operadora única do Pré-Sal, bem como acabar com a participação mínima de 30% que a empresa tem garantida nos processos licitatórios para exploração dessas reservas.
O ato seria realizado no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados Federais, mas a Presidência restringiu o acesso à Casa, devido à sessão da Comissão de Ética, realizada nesta terça-feira e que aprovou o relatório favorável à cassação de Eduardo Cunha. Impedidos de entrar na Câmara, os petroleiros e movimentos sociais realizaram o ato do lado de fora, em frente ao Congresso Nacional e depois caminharam em direção ao Palácio do Itamaraty, onde protestaram contra José Serra, ministro interino das Relações Exteriores, autor da proposta que deu origem ao PL 4567/16. Em 2010, quando disputava a Presidência da República, Serra prometeu à Chevron acabar com o Regime de Partilha do Pré-Sal.
GOLPE MOVIDO A PETRÓLEO
Todos os deputados e senadores que participaram do ato foram unânimes em ressaltar que a disputa pelo petróleo brasileiro está no centro do golpe que levou ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff. “Eles já mostraram quais são os seus objetivos. É um ataque organizado contra um projeto soberano de desenvolvimento nacional , que implica em quebrar uma de suas peças estratégicas, que é a Petrobrás”, afirmou o deputado Davidson Magalhães, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás, explicando que se o PL 4567/16 for aprovado será o primeiro passo para acabarem com o regime de partilha. “Isso significaria não termos mais o controle sobre a propriedade e o processo de produção do petróleo e do gás”, destacou.
A presidente do Sitramico-RJ, Lígia Arneiro Deslandes, falou sobre o processo em curso para venda da BR Distribuidora e da Liquigas, afirmando que a privatização irá estrangular a Petrobrás. “Como a Petrobrás vai botar nas ruas o que produz nas refinarias se vender a BR e a Liquigás? Não vai colocar, sabe por quê? Porque as distribuidoras multinacionais já compram lá fora e a BR, se for privatizada, vai fazer o mesmo”, alertou.
UNIDADE DE TODOS OS TRABALHADORES PARA IMPEDIR A ENTREGA DA PETROBRÁS E DO PRÉ-SAL
Arthur Ferrari, diretor da Aepet, declarou que tirar da Petrobrás a função de operadora única do Pré-Sal é “quebrar a espinha industrial do Brasil”. “O ministro das Minas e Energia já disse que o conteúdo local não serve para a Petrobrás. Esses caras estão tentando desmontar o país a toque de caixa, por isso só com a unidade da nossa categoria conseguiremos barrar os entreguistas”, afirmou.
Ivan Luís de Andrade, diretor da FNP, denunciou os interesses das nações imperialistas em torno do Pré-Sal, lembrando a imensa resistência que houve durante a aprovação do Regime de Partilha. “O objetivo do governo Temer é favorecer as petroleiras estrangeiras, como prometeu José Serra à Chevron”, declarou.
Ao encerrar o ato, o coordenador da FUP, José Maria, ressaltou que a luta em defesa da Petrobrás e do Pré-Sal deve ser de toda a sociedade brasileira. “Nossa resistência tem que ser maior a cada dia que passa. Nós petroleiros temos a obrigação de sermos ponta de lança nessa disputa, mas temos a clareza de que sozinhos a gente não ganha essa batalha. Se não houver um movimento como foi ´o petróleo é nosso`, eles vão sucatear a Petrobrás e levar o Pré-Sal”, alertou.
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