Apr 25, 2024

Em Audiência Pública na AL, dirigentes denunciam a precarização e a falta de efetivo da Refap

Os dirigentes do Sindipetro-RS participaram na noite dessa segunda-feira (18) de mais uma Audiência Pública para denunciar a insegurança e riscos que os trabalhadores estão correndo com a precarização da Refap. A categoria petroleira lotou o Plenarinho da Assembleia Legislativa. A audiência foi Dessa vez, a Audiência foi na Assembleia Legislativa. Intitulado A precarização do emprego, das relações de trabalho, da manutenção e da segurança industrial da Refap, o encontro foi promovido pela Comissão de Segurança e Serviços Públicos (CSS) e teve a proposição do deputado Pedro Ruas (PSOL).

O deputado Pedro Ruas falou sobre a sua última visita que fez à Refap em agosto, durante a greve com rendição controlada: " A convite do Sindipetro fomos até lá e nos deparamos com a precarização de pessoal, e por consequência, com situações que colocam em risco não só os trabalhadores, mas as comunidades próximas, como de Esteio e Canoas”, alertou o parlamentar. “É preciso deixar claro desde já”, acrescentou Ruas, citando manifestação de um petroleiro, “que se algo ocorrer, que não se culpem funcionários. Os responsáveis são aqueles que administram de forma temerária aquela unidade”.

O presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia, apresentou alguns slides com os dados alarmantes dessa situação. Ele mostrou a redução de investimento no Sistema Petrobrás e principalmente a redução do efetivo ao longo desses anos. "Em 2013 chegamos a ter mais de 86 mil trabalhadores. Hoje estamos com cerca de 60 mil. Já com a mão de obra tercerizada o pico de trabalho foi em 2013, com mais de 360 mil trabalhadores. Em 2016 os números despencou para 117 mil, alertou. Além disso, o presidente mostrou os acidentes no Sistema Petrobrás: em 20 anos 368 acidentes com óbitos, uma media de mortos de 1,5 pessoas por mês. E na situação que nos encontramos na refap, com o plano de redução de efetivo, existe a possibilidade de vazamento de gás sulfidrico, e esse vazamento pode chegar num raio de 1200 metros, impactando as cidades de Canoas e Esteio. O Sindipetro-RS vem tomando algumas  medidas para alertar à população e as autoridades dessa tragédia iminente.

 Para a dirigente sindical, Miriam Cabreira, que representou a FUP, a Petrobrás colocou em prática um novo método de operações sem consulta aos trabalhadores: "esse método traz insegurança, precariza o controle em caso de sinistro. Estamos caminhando para um desastre", alertou.

O deputado federal Elvino Bohn Gass (PT) afirmou que o atual governo Temer quer reviver as políticas colocadas em prática pela gestão tucana e neoliberal de FHC. “O resultado foi o afundamento da P 36, um símbolo de tudo aquilo”, recordou. Segundo ele, a atual administração golpista elegeu dois inimigos, o funcionalismo e as estatais. “Há um movimento bem orquestrado da direita, tentando impor um pensamento hegemônico na sociedade de que a Petrobras é deficitária e que os petroleiros são marajás”. Lembrou que, em Rio Grande, chegaram a trabalhar 25 mil pessoas na construção de plataformas. “Hoje, são menos de três mil. Desmonte, desemprego e perda de nacionalidade. É isso que buscam”, acusou. Para ele, é preciso que a sociedade, incentivada por campanhas tendo à frente os petroleiros, volte a ter noção da importância da empresa e seu significado para o país.

O companheiro Ricardo Landal, que também fez parte da mesa, disse que a “categoria sofre ataques sem precedentes, em todos os seus direitos, como nunca. Os petroleiros não estão sendo alarmistas, e sim realistas, quando informam e advertem que a atual situação determinará sérias consequências, com risco efetivo”, alertou.

Encaminhamentos

O Deputado Pedro Rua apresentou os encaminhamentos: da Audiência: “Serão encaminhados documentos e informações reforçando a situação atual pela qual passam os petroleiros, com risco iminente à sociedade “, anunciou Ruas, referindo-se ao Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho, Tribunal Regional do Trabalho, ANP (Associação Nacional do Petróleo) e Amatra IV (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da IV Região). Igualmente, serão notificados o MPF (Ministério Público Federal), Fepam e Defesa Civil – “e outras entidades que atuam com a responsabilidade ambiental, diante da possibilidade elevada de acidentes, com danos ambientais”, acrescentou o deputado do PSOL. Também serão acionadas as entidades que congregam engenheiros e arquitetos e a OAB, além da imprensa. Será, ainda, formada comissão de deputados que visitará a Refap, sem aviso prévio.

 

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