Apr 19, 2024

Refap: uma gestão irresponsável

 

Depois da decisão criminosa da direção da Petrobrás, de parar a unidade de craqueamento, U-03, a gerência da Refap dá nítidas provas da sua irresponsabilidade.

 

Primeiro a unidade foi parada sem nenhum tipo de preparo, antes da parada, nos deslocamentos de produtos, no raqueteamento e, principalmente, para liberação (ainda não realizada) e hibernação da unidade. Tudo está sendo sem procedimento específico, para nenhuma situação, foi utilizado um procedimento de parada anterior, sem nenhuma adaptação para a situação atual.

Durante a parada e, agora, durante os deslocamentos e drenagens de produtos, nenhum trabalhador ou trabalhadora fez coleta para monitoramento biológico, até que a direção do Sindicato tomou a iniciativa de cobrar da gerência. Não é apenas uma irregularidade é descumprimento ao Termo de Ajustamento de Conduta, que trata especificamente sobre benzeno!

Questionada, a área de Saúde, sequer estava sabendo da necessidade de acompanhamento e coleta de material para monitoramento. Isso demonstra a falta de compromisso e responsabilidade, por parte da Gerência Geral, da Gerência de Produção, do Craqueamento e da Segurança, Meio Ambiente e Saúde.

DESRESPEITO E FALTA DE CONSIDERAÇÃO

Não ficaram apenas nisso, no alto da sua soberba, ou pior, numa verdadeira conduta de “CAPITÃES DO MATO”, os “gestores” da Refap, não estão poupando nada e ninguém.

Antes mesmo de tomada a decisão de parada, da U-03, já deram início ao processo de assédio e desrespeito aos trabalhadores e às trabalhadoras. Sem nenhum tato, começaram a mudar pessoas de setor, sem nenhum preparativo, sem comunicação prévia, em alguns casos sequer deram a oportunidade da pessoa “despedir-se” dos colegas do setor.

Por exemplo: “A pessoa chega pra trabalhar. Quando chega ao seu posto de trabalho, o gerente se aproxima e diz: A partir de agora não estás mais nesse setor! Vem comigo, este aqui agora é teu setor, te apresento tua nova gerência!”, só faltava dizer, “não voltas nunca mais!”.Com requintes de crueldade, diversas situações, parecidas com essa vem acontecendo.

Pessoas com dez, vinte até trinta anos, dedicados ao setor de craqueamento, estão tendo de ouvir verdadeiras aberrações ao serem comunicadas de sua saída, ou do seu “expurgo”, do setor.

Ao sabermos dessas “atrocidades”, procuramos as áreas que deveriam estar atuando diretamente nesse processo, afinal seriam as responsáveis por terem vinculação direta às pessoas, os setores de RH e saúde.Infelizmente, não encontramos muito alento às angustias das pessoas, pois, no Setor de Saúde, ao qual está vinculado a Assistência Social, a gerência sequer estava sabendo que essas mudanças estavam acontecendo!No RH, foi dito que o processo estava sendo tocado pelas gerências setoriais e que estavam acompanhando as programações de treinamento.

Exigimos que o RH atue de forma a preservar as pessoas e que, durante o restante do processo intermedie as negociações e transferências, garantindo um mínimo de respeito e dignidade às pessoas.

 

ASSÉDIO MORAL

Mas as atrocidades cometidas pela gestão da Refap, não pararam aí! Há poucos dias fomos informados que os gerentes setoriais repassaram aos seus supervisores a tarefa de entregar, aos trabalhadores e às trabalhadoras, além de fazerem assinar o recebimento de um documento que, além de muito confuso, mal escrito e falacioso, é a configuração de ASSÉDIO MORAL, claro e objetivo.

Primeiro diz que o Direito de Recusa, assinado durantes os movimentos, contra a exposição aos riscos que a categoria entende estar submetida, com a redução de pessoal, é uma “recusa genérica”.

Depois, tangencia as cláusulas do ACT que dizem respeito a efetivo e atropela a NR-20, querendo considerar a NBR-14276/2006 superior a Norma Regulamentadora.

Cabe salientar que a jurisprudência é bastante clara: “Normas da ABNT apenas fixam diretrizes.”, por conseguinte, não se sobrepõe a legislação. No entanto uma Norma Regulamentadora, sim, tem caráter de lei.

Então, como a NR-20 é muito clara, no seu item 20.14.7: “A participação do trabalhador nas equipes de resposta a emergência é voluntária...”, ressalve-se técnicos(as) de operação, manutenção, administração e controle e outros tantos mais, a exceção de Técnicos de Segurança, não tem na “natureza da função” a atribuição de bombeiro civil ou privado, público, voluntário ou brigadista.

Ao final, fecha com chave de ouro, a ameaça, como vemos em outras manifestações da gestão da Petrobrás: “...caracteriza como insubordinação, sendo passível de sanções disciplinares e responsabilização legal.” Temos a dizer que os trabalhadores e as trabalhadoras, não ameaçam. TRABALHAMOS e LUTAMOS!

AMEAÇAS, ASSÉDIO E TRUCULÊNCIA

Se a gestão da Petrobrás e da Refap acham que esta é a forma que farão a categoria baixar a cabeça e dizer: “sim, senhor!” aos “capitães do mato”, o Sindicato entende que está completamente equivocada, desorientada e desnorteada.

Respeitem aqueles que sempre lutam para manter a Petrobrás em pé, ante os ataques dos entreguistas que vocês estão representando. Os ataques, as ameaças, o assédio e a truculência, com os quais estão tentando determinar que os trabalhadores e as trabalhadoras da Refap aceitem trabalhar em condições inseguras, não serão aceitos, sem lutar pelo seu direito de garantir a sua segurança, da plantas industriais, do entorno da Refap e do meio ambiente.

O que estamos vendo é que vocês estão, cada vez mais, alimentando o poder de reação da categoria. A diretoria do Sindicato vem desde o início das discussões de efetivos, em 2012, defendendo a garantia da segurança e da saúde, dos trabalhadores e das trabalhadoras, das unidades operacionais, da empresa, da comunidade do entorno e do meio ambiente, contra a gestão da empresa e temos a certeza que LUTAREMOS CONTRA ESTA POLÍTICA DE DESMONTE E A DESTRUIÇÃO DA PETROBRÁS.

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