Apr 24, 2024

Carta Aberta à População de Canoas e Esteio

Carta Aberta à População de Canoas e Esteio

O Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul, se dirige à população de Canoas e Esteio para alertar sobre os riscos que rondam a Refinaria Alberto Pasqualini.

Recentemente a Direção da Petrobrás, sob o comando de Pedro Parente, resolveu implantar de forma unilateral, ou seja, sem qualquer negociação com os trabalhadores e Sindicato, a redução média de 25% dos números mínimos dos postos de trabalho em todas as unidades de refino de petróleo da empresa.

Trata-se de uma medida irresponsável, uma vez que os números mínimos de empregados já estão no limite ou até mesmo abaixo do quadro necessário para garantir a segurança operacional. O efeito imediato da diminuição de empregos é a precarização das condições de trabalho e o consequente aumento dos acidentes industriais. No último domingo (18), dois trabalhadores da refinaria de Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, foram intoxicados pelo vazamento de gás sulfídrico e por pouco não morreram. Nesta quinta-feira (22), um trabalhador da refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, sofreu queimaduras ao ser atingido por um jato de vapor de alta temperatura durante a partida de um equipamento. Apenas neste ano já morreram seis trabalhadores a serviço da Petrobrás.

A tendência é que os acidentes aumentem de proporções, colocando em grave risco os trabalhadores e as comunidades nos entornos das refinarias. A natureza do trabalho de uma refinaria é de alto risco por produzir uma série de produtos inflamáveis e gases tóxicos em grandes quantidades. Com a redução do número de postos de trabalho, que já estava abaixo do mínimo necessário, e os cortes também nos empregos de terceirizados que realizavam os serviços de manutenção dos equipamentos, o perigo aumenta drasticamente.

Dessa forma, o Sindicato dos Petroleiros do RS sente a responsabilidade de alertar a comunidade de Canoas e Esteio sobre a situação na Refap, pois acidentes que ali venham a ocorrer podem vitimar não apenas os trabalhadores, mas também os cidadãos da região. 

A diminuição dos efetivos fere normas internas de segurança e regulamentações do Ministério do Trabalho. Diante desse cenário de riscos de mortes e mutilações, os petroleiros de todo o país aprovaram greve por tempo indeterminado. O movimento está na iminência de iniciar e o Sindicato dos Petroleiros espera contar com o apoio da população nessa luta por saúde e segurança.

 26 de junho de 2017

Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul

Facebook